A sabedoria Renascentista em os 12 movimentos de personalidade
Um novo olhar sobre os arquétipos na definição das personalidades de marca
Bonjour mes amours,
Antes de começar a contar essa história, eu te convido a clicar na playlist abaixo que já está dentro do tema de hoje e mergulhar afundo nesse movimento comigo:
Agora, pega o seu café e embarque nessa viagem artística!
O início de tudo
Em maio de 2023, em uma viagem de trabalho para Florença, eu tive a oportunidade de revisitar o Davi de Michelangelo na Galleria dell’Academia da cidade, visto a primeira vez, dez anos antes, quando fiz intercâmbio na Itália.
Contemplando aquela obra de mais de 5 metros, eu tive um devaneio: e se eu fosse definir Davi dentro de um dos doze arquétipos, seria mesmo necessário colocá-lo como Herói, pelas características de sua história ou por suas características físicas?
Eu já estava estudando arquétipos há cerca de um ano e aplicava esse conceito de personalidade na criação de minhas marcas, mas estava num ponto onde tudo me parecia regrado demais, como se as pessoas fossem obrigadas a se enquadrarem em caixas de personagens e onde todas começassem a usar os mesmos termos, símbolos idênticos e estéticas similares em suas marcas pessoais.
Na mesma época, eu percebi que as marcas estavam confundindo branding com réplicas de estética que nada transmitiam quem verdadeiramente era a pessoa por traz daquela marca e qual era a sua real essência.
Foi ali mesmo, na frente de Davi, que eu peguei o meu bloco de notas e escrevi “e se os arquétipos fossem movimentos artísticos?”. Logo abaixo, eu escrevi aquilo que me veio à mente sobre o Renascimento e não pude deixar passar a relação deste movimento com o conhecimento. Os maiores gênios da história saíram dali: Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonaroti, Donatello, Raffaello Sanzio, Filippo Brunelleschi e tantos outros.
De uma ideia dentro do museu nasceu a grande base do meu trabalho de Branding Fine-Art: os movimentos artísticos como definição de personalidade de marca.
Por que movimentos artísticos?
Vamos pensar na base de um movimento artístico:
Primeiro, um artista solo ou um grupo escrevia um manifesto (uma base, definindo valores, missão e propósito daquele movimento).
Depois, ele começava a expressar esse propósito. Se posicionava, se expressava, colocava sua voz no mundo (temos aqui, o início de um posicionamento).
Consequentemente, ele começava a definir a sua identidade, seu universo, e a atrair seguidores e artistas que compartilhavam das mesmas crenças.
Por fim, com uma obra clara, ele marca a história.
Dentro disso, entra reputação, brigas de concorrência (Leonardo da Vinci e Michelangelo que o digam), precificação e valorização de imagem - se você trabalha com Branding, eu tenho certeza de que você pode ler tudo isso e entender a relação direta que a criação de um movimento tem com a criação de uma marca.
E para poder fazer uma correlação assim, tão ousada e que ninguém jamais havia feito, eu precisava de um tema que eu dominava - entra aqui, a História da Arte e os movimentos artísticos.
Além disso, a Arte é repleta de simbologias, imagens, músicas, texturas e sabores que enriquecem a criação de qualquer marca. A proposta de usar os movimentos é extamente tem uma base completamente nova de referências, para que as marcas que saem do meu Atelier possam ser mais autênticas e artísticas.
Mas antes de eu trazer mais detalhes do nosso primeiro movimento, eu preciso dar um aviso importante: nenhum movimento dessa série será puramente um arquétipo. A proposta é realmente criar algo novo, dentro das 12 personalidades arquetípicas, para mostrar às minhas clientes que elas não precisam ser nenhuma imagem já planejada.
As relações se baseiam nos princípios dos arquétipos com a base de cada movimento, na busca de criar marcas com identidades únicas.
O primeiro movimento: A sabedoria Renascentista
Um movimento que durou cerca de 200 anos tem muita história para contar.
E ainda que ele tenha sofrido variações ao longo dos anos e características diferenciadas ao chegar em novas localidades, o ponto culminante do movimento e que traz a sua verdadeira base está na Alta Renascença, período que se deu mais fortemente entre Florença e Roma, entre os anos de 1450 e 1527.
Nesse período temos a ascenção de grandes nomes da arte, já citados acima: Leonardo da Vinci (em sua fase mais madura), Michelangelo Buonaroti, Raffaello Sanzio e Filippo Brunelleschi.
Na história europeia, a Renascença marca a transição do fim da Idade Média para o surgimento da Idade Moderna. O movimento surgiu como uma resposta ao período anterior que era puramente religioso e busca o renascimento (temos aqui o nome) dos tesouros intelectuais e artísticos da Grécia e da Roma antigas.
Dentre as características do Renascimento, cito aqui as 4 principais:
Curiosidade: os indivíduos renascentistas eram movidos por uma curiosidade insaciável, buscando entender o mundo ao seu redor, desde a natureza até a anatomia humana.
Multidisciplinaridade: muitos artistas e pensadores renascentistas eram polímatas, ou seja, possuíam habilidades e conhecimentos em diversas áreas, como arte, ciência, filosofia e literatura.
Racionalidade: o pensamento renascentista enfatizava a razão como uma ferramenta essencial para compreender o mundo, influenciando tanto as artes quanto as ciências.
Busca pelo Conhecimento Clássico: houve um ressurgimento do interesse pelos escritos da Antiguidade Clássica, com uma ênfase na redescoberta e assimilação dos conhecimentos perdidos.
Temos aqui um movimento verdadeiramente Sábio. Que busca a sabedoria e a verdade acima de tudo e se conecta com pessoas curiosas e que não se cansam de aprender.
Quanto mais eu estudo sobre o Renascimento, mais me conecto com ele. Afinal, sou uma alma curiosa e tenho o lado sombrio de achar que nunca sei o suficiente. Se identificou aí do outro lado?
Essa é, inclusive, uma das maiores dores que ouço das minhas clientes. Se você leu tudo isso e se viu nesse traço de personalidade, o Renascimento é certamente um ponto de estudo para a construção (ou reforço) da sua marca.
O que eu ganho ao integrar o Renascimento na minha comunicação?
Assim como qualquer associção que fazemos com a nossa marca, seja com outras marcas, personalidades, elementos, etc, o Renascimento vem para confirmar que você é uma alma em busca de conhecimento.
Os artistas renascentistas não faziam nada meia boca. Não temos obras feias e mal-feitas nesse período (se temos, nem sabemos). O Renascimento buscava por apresentar o seu melhor.
Ao conectar sua marca com esse movimento artístico, você transmite tudo o que esse movimento representou. Como assim fez, Ferragamo em sua campanha de Outono/Inverno 2023 feita em parceria com a Galleria Uffizi, de Florença:
Repare no víde promocional compartilhado no Youtube da Ferragamo: a elegância do movimento, a excelência com a qual os renascentistas produziam suas obras, a impecabilidade da entrega. Todas as características desse estilo de arte são transmitidas pelas peças da marca.
Além disso, a escolha do movimento foi geográfica: o nascimento do Renascimento se deu em Florença, onde a marca Ferragamo também nasceu. Ao se colocar lado a lado com as obras mais famosas do mundo, a marca reforça que está entre as melhores.
Ferragamo já tem todas essas características na sua comunicação, mas ao se unir ao museu que mais abriga obras renascentistas, eles reforçam todos esses atributos.
E como comunicar tudo isso?
Agora vamos para a prática.
Você se identificou com todas as características do Renascimento e é possível que já tenha alguns conhecimentos pontuais sobre esse movimento. Como colocá-lo ativamente na sua comunicação, sendo que você, talvez, não seja artista e nem more na Itália?
A resposta está na parte imagética do movimento. Você precisa de imagens, sons, texturas e tantos outros elementos para comunicar a sua mensagem. Você pode fazer isso em sites de busca onde todo mundo está ou se armar das referências renascentistas para diferenciar a sua marca.
O que eu faço diariamente no meu conteúdo e ensino as marcas a fazerem é, realmente, sair em busca desse diferente. Você pode usar imagens de obras como referências para fotos, paletas de cores e até conceito do seu produto/serviço:
Ou até mesmo as imagens para criar um conteúdo diferenciado e rico em analogias com o seu negócio. Eu costumo fazer muito isso e te trago dois exemplos aqui feitos com o Renascimento. Você pode ler aqui e aqui.
E se você não trabalha com arte e não sabe como colocar isso em prática, eu te convido a visitar o conteúdo da Anna Carvalho, que usou David como objeto de analogia para um conteúdo dentro do seu nicho.
Essa metodologia não foi construída da noite para o dia. Foram meses de estudo, até eu finalmente me sentir pronta para aplicar e compartilhar.
Se você ainda está confuso, fique tranquilo. Temos mais onze movimentos para acompanhar nos próximos dias e muito conteúdo que será trabalhado no meu Instagram e nas minhas outras redes, a fim de mostrar a você como a arte vai mudar a sua percepção de personalidade.
Por isso, te convido à comentar e a tirar suas dúvidas aqui embaixo. E se você se interessou por esse assunto, vou compartilhar alguns links extras aqui embaixo. Esse é só o começo de um novo refinamento de marcas.
Bisous e à bientôt!
Links que possam te interessar:
Meu Instagram, para você se aprofundar no assunto: Francy Atelier.
Esse vídeo curto sobre Renascimento, da História do Mundo.
Esse vídeo de comédia da Aff the Hype que resume as desavenças de Leonardo da Vinci e Michelangelo.
Impecável! Eu nem tenho palavras na minha mente que reflita esse conteúdo, Francy. E ler tudo isso com a playlist foi surreal. Uma seleção maravilhosa inclusive.
E QUE HORNA ter sido citada em sua News, sigo daqui aprendendo com você para trazer mais sobre esse movimento que, depois de ler essa News, muito me reflete. Estou amando essa versão de “arquétipos da arte”. Gratidão imensa por compartilhar conosco essas joias. 🤍✨
nesse momento estou no meu Detox de Instagram ... Mas sigo acompanhando a vida pela news ...em especial esse conteúdo que está riquíssimo de informações e que certamente irá me ajudar a ter uma percepção diferente sobre como aplicar arte na minha marca ... E fazer um retorno às redes de um modo mais ajustado com o que acredito.
Gratidão pelo conhecimento compartilhado Fran.